O corpo, o nosso melhor Mentor
Tive a capacidade de esperar e investigar ao longo destes 16 anos em que mudei o meu percurso e me dediquei ao desenvolvimento de competências individuais e em equipa que permitem ampliar a linguagem emocional e trazer ecologia às relações humanas.
A paciência permitiu-me criar espaço para o meu crescimento e dos outros. A esperança também!
Comecei a estar ainda mais atenta aos sinais do corpo, à pele, à respiração, à postura no andar, à energia do olhar, à velocidade dos gestos, à (in)quietude do corpo, à vibração das palavras.
Percebi que estava a ser levada pela enorme vaga de anestesia mental, com a abundância de modelos e ferramentas que pertencem à mente objetiva! Escala de Inferência, Hierarquia do Pensamento, Objectivos Smart, Matriz de Einsehower, Grow, Esfera de Influência, Pirâmide de Maslow, Análise Transacional, etc.
Serviram bons propósitos e são hoje manifestamente insuficientes, porque, a natureza evolutiva do ser humano está numa fase em que a cognição incorporada (embodied cognition) marca uma nova etapa no domínio sócio emocional, dando mais espaço à granularidade emocional, à empatia fisiológica através da escuta orgânica.
As perguntas que têm emergido deste meu estado de alerta, continuam a levar-me para aprendizagens holísticas na dinâmica mente, corpo e espirito: Human Engineering and Epigenetics, Neurociência, Energy Anatomy (metafisica da doença, desordens crónicas), Hipnoterapia, Inteligência Social, Qi Gong, Duality Energy Training, Energy Medicine, Physical Intelligence (PI), etc.
.Descrita pelo Physical Intelligence Institute, PI é a inteligência que permite detetar e gerir ativamente o equilíbrio da nossa química na nossa corrente sanguínea e sistema nervoso, para que possamos desempenhos melhores, diminuir a tensão, viver e trabalhar com mais felicidade.
A mentoria com PI, permite que as pessoas falem para se ouvirem no seu corpo. Não falam apenas para serem ouvidas.
Por isso, usar em excesso o estímulo do raciocínio, pode ser a mais alta forma de autoagressão. Os processos de autodesenvolvimento em estado de vigília, em que a frequência mental beta (13 a 30 Hz), pertence ao estado consciente, faz com que os mentees fiquem reféns apenas duma parte da informação disponibilizada pela mente objetiva.
Por exemplo: Um mentee comprometido com a sua mudança de hábitos de procrastinação para uma melhor gestão de tempo, persiste na mudança de rotinas. O apego excessivo ao resultado vs o caminho, pode aumentar a tensão da determinação e é libertada uma química interna desfavorável que em excesso inibe a flexibilidade que pode ser necessária para lidar com a aceitação da velocidade do progresso.
Aquilo que não conseguimos “ver”com o corpo, não conseguimos mudar.
O nosso Corpo é o nosso melhor Mentor. É nele que encontramos as perguntas e as respostas.
Cristina Madeira, ICF Executive & Team Coach, EMCC Senior Mentor, University Faculty
